Um pouco da minha História
A minha vida escolar teve início aos seis anos, quando minha mãe colocou-me na Escola Grupo Escolar Jornalista Fernando Barreto onde fui alfabetizada,e permaneci até a 4 série começava ali minha história escolar no ensino fundamental.Estudava também no turno oposto em uma escolinha perto da minha casa, uma espécie de reforço com a professora Jai.
Fui alfabetizada aos seis anos, exatamente há vinte e dois anos atrás, com certeza de forma tradicional, tinha ABC, Cartilha, Tabuada, tomava lição, mas enfim aprendi com tudo isso, e tenho boas lembranças tanto das professoras, pois tive duas alfabetizadoras, Aparecida e Dinair, quanto da escola e dos meus colegas. Em se tratando da escola, todos os dias ao chegar fazíamos fila, oração, algumas vezes cantávamos o Hino Nacional, mas sempre catávamos algumas músicas, desfilávamos em sete de setembro pelo bairro, todas as comemorações tinha festa. Da 1 a 4 série me recordo que a metodologia era a mesma com os mesmos recursos, quadro, giz, caderno, livros, exercícios mimeografados, caderno de caligrafia, de desenho.
Em relação à avaliação era prova mesmo, instrumento para aprovar e reprovar, cada unidade uma prova, tensão na hora de receber o resultado, e alegria ao final do ano letivo ao ser aprovada, comigo foi assim sempre todos os anos. A relação professor-aluno era boa, algumas afetivas, outras mais sérias, mas nenhum autoritarismo, me recordo com clareza. Eu sempre gostei de estudar, jamais imaginei em nenhum momento fora da escola, não sei o que me atraía tanto e ainda me atrai, só que hoje com muitas coisas e responsabilidades a mais do que antes não tinha, mas sinto o mesmo desejo e inquietação de adquirir conhecimento.
O acesso a escola não era muito fácil, tinha escolas que precisava chegar muito cedo nos dias de matrícula para conseguir uma vaga,outras vezes a escolas se localizavam em bairros distantes, enfim era um pouco restrito o acesso mas independente disso nunca fiquei sem estudar nem poderia pensar nessa possibilidade. Hoje o acesso é muito fácil,por várias razões que não precisam serem citadas,também não preciso citar as razões pelas quais muitos pais precisam deixarem seus filhos na escola.Todos na escola é o lema,a qualidade do ensino é um dos questionamentos, mas acredito que o ensino tenha melhorado, não tão rápido quanto deveria, mas há um pequeno avanço em direção ao conhecimento. Acredito que os professores, alunos, pais, comunidade, todos que fazem parte do contexto escolar, devem ter claros os objetivos, o significado e papel da escola e dos seus papeis em relação à mesma pra melhor ressignificarem a educação.
Hoje se fala muito em exercício da cidadania, direitos do cidadão, é mais esclarecido essas questões na escola do que antes,até porque o contexto social em que se encontra escola é outro,a chamada sociedade da informação nos permite estar em contato com vários tipos de conhecimento e informações que circulam cada vez mais velozes nos meios de comunicação.
Até a 4 série era um professor para todas as disciplinas, e ao chegar a 5 série houve um certo impasse ao deparar com os horários,cada disciplina um professor causou um grande desequilíbrio, nesse período não tinha livros didáticos, para todas as disciplinas, era cópia no quadro mesmo, havia um pouco mais de dificuldade em relação aos recursos
Da 5 série em diante estudei no Instituto de Educação Régis Pacheco -IERP, onde também cursei o Magistério, foi neste curso que pude perceber qual importante é o papel de ser educador, foi muito bom pois serviu e contribuiu de maneira muito significativa para meu crescimento pessoal, trabalhava-se muito com seminários,aula de campo, dramatizações, peças foi muito gratificante e proveitoso. Entre outros aspectos e conhecimentos, pude perceber e adquiri uma visão mais crítica das coisas, e sobretudo sobre educação, história da educação entre outros assuntos que precisam de um olhar por outros ângulos para melhor compreensão. O Magistério, sem eu perceber parecia uma prévia ou uma preparação para minha escolha no curso de Pedagogia.
Minha escolha pelo curso de Pedagogia não foi por acaso, pois essa é uma das áreas em que gosto muito, pois compartilho a idéia com aqueles que acreditam que a educação deve afirmar o homem como homem, sujeito de sua história, capaz de escrevê-la a cada dia com plena consciência de ser e estar no mundo, eu estava começando escrever mais um capítulo da minha. Embora tenha criado muitas expectativas em torno do curso, o primeiro semestre foi muito conturbado, mas acredito que foi um momento de inquietação, eram relações e situações muito novas para mim. Com o passar do tempo a vida acadêmica foi tomando forma, comecei a fazer e ser parte deste universo de conhecimentos, experiências e inquietações, estava em constante desequilíbrio e acomodação.
Nos semestres seguintes com estudos constantes passa-se a conhecer um pouco mais das concepções, teorias, métodos entre outros aspectos de especialistas, cientistas e profundos conhecedores da educação dos quais trazem grandes contribuições para nossa formação como educadores entre eles alguns professores do curso. Percebe-se com o aprofundamento dos estudos que a tarefa de educar não se resume a transmitir conteúdos, que a prática docente dos comprometidos com educação contempla um importante devir, partindo do pressuposto de que reflexão-ação-reflexão permeia sua conduta profissional. "A primeira condição para que um ser possa assumir um ato comprometido está em ser capaz de agir e refletir" (FREIRE, 1979,16). Concordo com esta afirmação uma vez que, é repensando sua prática, que o professor poderá atuar de maneira consciente sobre sua realidade. Os estudos giram em torno do desenvolvimento humano, implicações sobre comportamentos, necessidades sóco-económico-culturais entre outros fatores relacionados ao desempenho do ensino- aprendizagem.
Entre outras contribuições e momentos marcantes, veio a mente um documentário exibido na disciplina Estrutura e Funcionamento da Educação Básica ll,pelo professor Bira, que tem por título "Nós que aqui estamos, por vós esperamos" de Marcelo Masagão, foi um momento único,que me fez e faz refletir muito sobre a atividade de educar, sobre a minha história até chegar aqui.Trata-se de várias histórias não lineares, de vários países, são muitas e variadas histórias crianças, jovens, adultos, idosos, histórias ,sangrentas, contraditórias, injustas,que devem ser lembradas pois marcaram seu tempo ,estavam e fizeram-se no mundo,isso me faz lembrar Freire,1979,33, "Na medida que os homens, dentro da sua sociedade, vão respondendo aos desafios do mundo,vão temporalizando os espaços e vão fazendo história pela sua própria atividade criadora." Vê-se por isso que é imprescindível repensar a prática educativa, nossa atividade como educadores, se temos a consciência da postura que assumimos frente a sociedade.
Falar de pessoas importantes para minha formação, nessa minha caminhada, não sei se consigo dar conta, mas a minha mãe, é presença fundamental nessa história, por infinitos motivos que palavras jamais dariam conta de expressar, mas vou arriscar resumir algumas, amiga sempre, cúmplice, encorajadora, intercessora..., meu pai também é meu cúmplice, concorda com tudo que eu faço, mas eu faço muita coisa correta, a pessoa maravilhosa que Deus escolheu para estar ao meu lado e que durante o curso tornou-se meu esposo, meu amparo, as minhas colegas, que sempre me ajudou em momentos difíceis durante o curso e continuam a me ajudar,como se vê,uma formação como está envolve muitas pessoas que contribuem de forma crucial para chegada de um novo degrau,de uma nova parte da história.
Espero que todas as minhas expectativas em relação ao estágio, sejam superadas, quero aprender sempre, quero deixar um pouco de mim, das minhas experiências, e levar um pouco das vivenciadas no estágio.