quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Reflexões sobre o estágio


Nos semestres seguintes com estudos constantes passa-se a conhecer um pouco mais das concepções, teorias, métodos entre outros aspectos de especialistas, cientistas e profundos conhecedores da educação dos quais trazem grandes contribuições para nossa formação como educadores entre eles alguns professores do curso. Percebe-se com o aprofundamento dos estudos que a tarefa de educar não se resume a transmitir conteúdos, que a prática docente dos comprometidos com educação contempla um importante devir, partindo do pressuposto de que reflexão-ação-reflexão permeia sua prática.

Nessa perspectiva o estágio oportuniza colocar em prática os saberes adquiridos ao longo da trajetória do curso de Pedagogia e de como nos fazemos durante esse percurso, revela independente de qualquer coisa uma oportunidade de contribuir significativamente para fazer a diferença, mesmo em poucos dias para aqueles sujeitos, que em primeiro lugar devem ser vistos como crianças de hoje e homens de amanhã, contribuir acima de tudo para reforçar o direito de ser humano dotado de suas múltiplas dimensões, físicas, afetivas, intelectuais, sociais, relacionais, e que nessas relações e representações reforcem seus direitos de sendo homens construam suas histórias conscientemente.

O que pude perceber e vivenciar no período do estágio foi um pouco disso, realizei coisas que nem eu mesma acreditei, mas refletindo posteriormente consegui perceber quais os motivos e os fatores que contribuíram para tais atitudes e acontecimentos. Desde o primeiro momento percebi que não teria grandes problemas, apesar das expectativas a uma nova experiência, me senti muito acolhida desde o início, tanto porque já vivencio a experiência na prática trabalhando na educação infantil na Creche Alaor Coutinho que faz parte do CAIC, quanto pelo motivo de aprender mais nessa profissão pela qual vou me fazendo educadora a cada dia.

O momento da prática, nesse sentido me proporcionou vários momentos em que pude perceber que o equilíbrio de que tanto se discute no curso entre teoria e prática realmente deve estar imbricados, como forma de tentar garantir um melhor desenvolvimento da aprendizagem, acredito que utilizei um pouco de cada teoria, tendo consciência que pelo tempo de duração do estágio, me dediquei a fazer tudo que poderia ter feito, nesse sentido tenho o sentimento de dever cumprido dentro dos meus limites e possibilidades.

Sobre os fatos relevantes que me recordo foi quando por várias vezes me surpreendia, mesmo com aqueles alunos que tinham mais dificuldades, ou eram mais tímidos, por isso apostei tanto no encorajamento, por acreditar que certo ou errado eles tinham capacidade de melhorar, e a valorização da auto-estima pode contribuir bastante para tais melhoras, e foram visíveis os avanços em relação a vários alunos, o que me deixou ainda mais realizada.

Recordo-me também sobre um aluno portador de necessidades especiais (deficiente intelectual), e constatei na prática que entender de gente passa também por questões de perceber as igualdades na diferença, percebendo a necessidade pela qual o tema sobre inclusão esteja bastante difundido, e é muito bom que esteja, para que cada vez mais os preconceitos ainda presentes em muitas pessoas sejam desfeitos, e mais do que isso que os portadores de necessidades especiais mais do que qualquer outra se sinta incluso, participante, sujeito também de sua história e do seu direito a educação.

Outro fato relevante que jamais poderia deixar de abordar foi em relação a culminância do estágio na qual foi feito com salas temáticas sobre as tipologias trabalhadas. Na nossa turma a temática foi música, escolhemos a música Aquarela e Menino de rua. A apresentação das nossas crianças foi simplesmente fantástica, carregada de emoções inesquecíveis tanto para quem estava assistindo quanto para aquelas crianças que tenho certeza jamais que esquecerão aquele momento.

Ensaiamos em poucos dias, mas apostamos e acima de tudo acreditamos que eles eram capazes, e foram muito capazes, diferente de muitos professores que não creditam em seus alunos como também transformadores de suas realidades.

Para tais atitudes e ações acredito que cheguei a ser desta maneira por consciência crítica que continuo adquirindo tanto sobre aos aspectos relacionados educação, quanto do meu papel enquanto educadora, refiro-me ao papel de agente da educação que utiliza-se da sua prática como instrumento emancipador do sujeito.

Também cheguei a ser dessa maneira por contribuição de alguns professores do curso que fizeram despertar através de várias formas expressadas em suas atitudes, ações, discursos, debates nas aulas, através também de pesquisas de campo no espaço escolar. Por todas essas razões acrescentadas a minha vontade de comprometimento, profissionalismo e utopias possíveis é que vou me fazendo educadora.

Acredito que o que mantêm minhas teorias, é minha vontade de entender de gente, de pessoas em todas as dimensões, e pela minha tarefa de tomar partido como educadora, em que fiz minhas opções. Optei por enxergar os alunos como sujeitos e não como objetos, optei pela vontade de contribuir para que outro tipo de sujeito ainda surja em detrimento do individual, egoísta, violento, optei também pela mudança que mesmo na minha escola seja possível um espaço para transformação.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A minha história . . .


Um pouco da minha História



A minha vida escolar teve início aos seis anos, quando minha mãe colocou-me na Escola Grupo Escolar Jornalista Fernando Barreto onde fui alfabetizada,e permaneci até a 4 série começava ali minha história escolar no ensino fundamental.Estudava também no turno oposto em uma escolinha perto da minha casa, uma espécie de reforço com a professora Jai.

Fui alfabetizada aos seis anos, exatamente há vinte e dois anos atrás, com certeza de forma tradicional, tinha ABC, Cartilha, Tabuada, tomava lição, mas enfim aprendi com tudo isso, e tenho boas lembranças tanto das professoras, pois tive duas alfabetizadoras, Aparecida e Dinair, quanto da escola e dos meus colegas. Em se tratando da escola, todos os dias ao chegar fazíamos fila, oração, algumas vezes cantávamos o Hino Nacional, mas sempre catávamos algumas músicas, desfilávamos em sete de setembro pelo bairro, todas as comemorações tinha festa. Da 1 a 4 série me recordo que a metodologia era a mesma com os mesmos recursos, quadro, giz, caderno, livros, exercícios mimeografados, caderno de caligrafia, de desenho.

Em relação à avaliação era prova mesmo, instrumento para aprovar e reprovar, cada unidade uma prova, tensão na hora de receber o resultado, e alegria ao final do ano letivo ao ser aprovada, comigo foi assim sempre todos os anos. A relação professor-aluno era boa, algumas afetivas, outras mais sérias, mas nenhum autoritarismo, me recordo com clareza. Eu sempre gostei de estudar, jamais imaginei em nenhum momento fora da escola, não sei o que me atraía tanto e ainda me atrai, só que hoje com muitas coisas e responsabilidades a mais do que antes não tinha, mas sinto o mesmo desejo e inquietação de adquirir conhecimento.

O acesso a escola não era muito fácil, tinha escolas que precisava chegar muito cedo nos dias de matrícula para conseguir uma vaga,outras vezes a escolas se localizavam em bairros distantes, enfim era um pouco restrito o acesso mas independente disso nunca fiquei sem estudar nem poderia pensar nessa possibilidade. Hoje o acesso é muito fácil,por várias razões que não precisam serem citadas,também não preciso citar as razões pelas quais muitos pais precisam deixarem seus filhos na escola.Todos na escola é o lema,a qualidade do ensino é um dos questionamentos, mas acredito que o ensino tenha melhorado, não tão rápido quanto deveria, mas há um pequeno avanço em direção ao conhecimento. Acredito que os professores, alunos, pais, comunidade, todos que fazem parte do contexto escolar, devem ter claros os objetivos, o significado e papel da escola e dos seus papeis em relação à mesma pra melhor ressignificarem a educação.

Hoje se fala muito em exercício da cidadania, direitos do cidadão, é mais esclarecido essas questões na escola do que antes,até porque o contexto social em que se encontra escola é outro,a chamada sociedade da informação nos permite estar em contato com vários tipos de conhecimento e informações que circulam cada vez mais velozes nos meios de comunicação.

Até a 4 série era um professor para todas as disciplinas, e ao chegar a 5 série houve um certo impasse ao deparar com os horários,cada disciplina um professor causou um grande desequilíbrio, nesse período não tinha livros didáticos, para todas as disciplinas, era cópia no quadro mesmo, havia um pouco mais de dificuldade em relação aos recursos

Da 5 série em diante estudei no Instituto de Educação Régis Pacheco -IERP, onde também cursei o Magistério, foi neste curso que pude perceber qual importante é o papel de ser educador, foi muito bom pois serviu e contribuiu de maneira muito significativa para meu crescimento pessoal, trabalhava-se muito com seminários,aula de campo, dramatizações, peças foi muito gratificante e proveitoso. Entre outros aspectos e conhecimentos, pude perceber e adquiri uma visão mais crítica das coisas, e sobretudo sobre educação, história da educação entre outros assuntos que precisam de um olhar por outros ângulos para melhor compreensão. O Magistério, sem eu perceber parecia uma prévia ou uma preparação para minha escolha no curso de Pedagogia.

Minha escolha pelo curso de Pedagogia não foi por acaso, pois essa é uma das áreas em que gosto muito, pois compartilho a idéia com aqueles que acreditam que a educação deve afirmar o homem como homem, sujeito de sua história, capaz de escrevê-la a cada dia com plena consciência de ser e estar no mundo, eu estava começando escrever mais um capítulo da minha. Embora tenha criado muitas expectativas em torno do curso, o primeiro semestre foi muito conturbado, mas acredito que foi um momento de inquietação, eram relações e situações muito novas para mim. Com o passar do tempo a vida acadêmica foi tomando forma, comecei a fazer e ser parte deste universo de conhecimentos, experiências e inquietações, estava em constante desequilíbrio e acomodação.

Nos semestres seguintes com estudos constantes passa-se a conhecer um pouco mais das concepções, teorias, métodos entre outros aspectos de especialistas, cientistas e profundos conhecedores da educação dos quais trazem grandes contribuições para nossa formação como educadores entre eles alguns professores do curso. Percebe-se com o aprofundamento dos estudos que a tarefa de educar não se resume a transmitir conteúdos, que a prática docente dos comprometidos com educação contempla um importante devir, partindo do pressuposto de que reflexão-ação-reflexão permeia sua conduta profissional. "A primeira condição para que um ser possa assumir um ato comprometido está em ser capaz de agir e refletir" (FREIRE, 1979,16). Concordo com esta afirmação uma vez que, é repensando sua prática, que o professor poderá atuar de maneira consciente sobre sua realidade. Os estudos giram em torno do desenvolvimento humano, implicações sobre comportamentos, necessidades sóco-económico-culturais entre outros fatores relacionados ao desempenho do ensino- aprendizagem.

Entre outras contribuições e momentos marcantes, veio a mente um documentário exibido na disciplina Estrutura e Funcionamento da Educação Básica ll,pelo professor Bira, que tem por título "Nós que aqui estamos, por vós esperamos" de Marcelo Masagão, foi um momento único,que me fez e faz refletir muito sobre a atividade de educar, sobre a minha história até chegar aqui.Trata-se de várias histórias não lineares, de vários países, são muitas e variadas histórias crianças, jovens, adultos, idosos, histórias ,sangrentas, contraditórias, injustas,que devem ser lembradas pois marcaram seu tempo ,estavam e fizeram-se no mundo,isso me faz lembrar Freire,1979,33, "Na medida que os homens, dentro da sua sociedade, vão respondendo aos desafios do mundo,vão temporalizando os espaços e vão fazendo história pela sua própria atividade criadora." Vê-se por isso que é imprescindível repensar a prática educativa, nossa atividade como educadores, se temos a consciência da postura que assumimos frente a sociedade.

Falar de pessoas importantes para minha formação, nessa minha caminhada, não sei se consigo dar conta, mas a minha mãe, é presença fundamental nessa história, por infinitos motivos que palavras jamais dariam conta de expressar, mas vou arriscar resumir algumas, amiga sempre, cúmplice, encorajadora, intercessora..., meu pai também é meu cúmplice, concorda com tudo que eu faço, mas eu faço muita coisa correta, a pessoa maravilhosa que Deus escolheu para estar ao meu lado e que durante o curso tornou-se meu esposo, meu amparo, as minhas colegas, que sempre me ajudou em momentos difíceis durante o curso e continuam a me ajudar,como se vê,uma formação como está envolve muitas pessoas que contribuem de forma crucial para chegada de um novo degrau,de uma nova parte da história.

Espero que todas as minhas expectativas em relação ao estágio, sejam superadas, quero aprender sempre, quero deixar um pouco de mim, das minhas experiências, e levar um pouco das vivenciadas no estágio.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Educar para vida


Espero superar todas minhas expectativas!!!
Que DEUS nos sustente sempre!!!